A agricultura vem se tornando um terreno cada vez mais propício à adoção de métodos e manejos mais sustentáveis e com altas tendências de prevenção no lugar do controle químico.
Por outro lado, estudos relatam que o manejo das doenças está um pouco mais difícil, em razão da velocidade com que os patógenos vem se desenvolvendo e como apresentam cada vez mais resistência ou tolerância a produtos comuns no manejo fitossanitário.
Tal manejo consiste fundamentalmente na aplicação de defensivos destinados ao controle de pragas, sejam plantas, insetos ou doenças, e visam preservar a capacidade produtiva das culturas.
O uso de defensivos ainda é uma ferramenta fundamental no controle de pragas, sejam plantas, insetos ou doenças, com o principal objetivo de proteger o potencial produtivo da semente plantada.
O controle inicia-se previamente ao plantio, cuja primeira etapa é a dessecação com o uso de herbicidas específicos. Após o plantio e emergência, são utilizados inseticidas, fungicidas, herbicidas, sempre obedecendo ao monitoramento das culturas quanto ao nível de controle ou dano.
Os defensivos disponíveis no mercado variam conforme a sua funcionalidade, características das plantas que combatem, entre outros aspectos que determinam a seletividade do produto. Podem variar também conforme o mecanismo de ação, tempo de uso, período residual, entre outros.
Os herbicidas são os defensivos utilizados no controle das plantas invasoras e, fungicidas, utilizados no controle dos fungos e das doenças por eles causadas.
O uso de herbicidas é recomendado para combater as plantas invasoras, evitando assim que se desenvolvam e prejudiquem o rendimento da cultura principal. Além disso, estruturas vegetais de plantas invasoras podem trazer transtornos durante a colheita (prejudicando o maquinário e implementos) ou reduzindo a qualidade do produto colhido (contaminação por impurezas).
Os fungicidas combatem os fungos que causam prejuízos e redução de produtividade e qualidade nas culturas. Como existem alguns fungos de ações benéficas à lavoura, o uso de fungicidas deve ser ainda mais criterioso, sendo necessária a avaliação técnica.
Diversos critérios adotados para o controle de pragas nas culturas devem estar pautados inicialmente no PLANEJAMENTO das ações. Ou seja, planejar uma pulverização demanda o conhecimento de aspectos que interferem diretamente nos resultados.
Já falamos que o primeiro planejamento ocorre na análise dos danos, onde se coloca em uma balança o prejuízo potencial de uma doença (conforme os aspectos regionais, genéticos, climáticos, de manejo, entre outros) e o custo potencial do controle no momento em questão.
Prevenir a incidência é sempre mais economicamente viável. Neste caso, a prevenção passa primeiramente pela decisão da melhor época do plantio, da escolha de material genético menos suscetível, da atenção ao manejo do solo, vazio sanitário (quando é o caso – principalmente da Ferrugem), cuidados no plantio para a obtenção de estandes bem formados, entre outros aspectos que compõem as boas práticas de plantio.
Outros manejos integrados estratégicos para a cultura são:
Para o caso da NECESSIDADE da aplicação de defensivos
Na agricultura, mais especificamente na cultura de soja, a doença ferrugem-asiática, causada pelo fungicida(Phakopsora pachyrhizi) por exemplo, é uma das que mais causa danos às plantas, sendo que, em casos mais severos, pode chegar a 90% de acometimento da produtividade.
É claro que as boas práticas agronômicas, bem como manejos eficientes no controle da ferrugem, devem ocorrer de modo preventivo. E esse cuidado serve também para o manejo da resistência e controle de outras doenças, para que as mesmas não interfiram negativamente na produtividade e qualidade da soja cultivada.
O uso preventivo de fungicidas, por exemplo, tem o intuito de promover boa proteção da cultura e reduzir a pressão causada sobre a planta.
Existem estudos técnicos e dados mais científicos que indicam a hora exata da aplicação de defensivos antes que as doenças atinjam um potencial de dano econômico às culturas.
Nesse artigo (link) você lê sobre a importância técnica de uma assistência eficiente na definição da época mais assertiva (cientificamente) em relação aos danos econômicos que devemos considerar na tomada de decisão do uso dos defensivos, uma vez que a análise econômica no processo do manejo de doenças é FUNDAMENTAL na escolha do momento de controle.
Quando conhecemos os fatores de planejamento do manejo de doenças temos uma previsibilidade de fatores determinantes para o momento ideal de aplicação dos defensivos, produtos selecionados e a dosagem dos mesmos.
Em termos práticos, quanto maior o ciclo ou maior o atraso na semeadura, maior será a pressão das doenças, exigindo uma antecipação do manejo.
A aplicação anterior ao fechamento das linhas de plantio não tem se mostrado uma estratégia tão efetiva, levando alguns produtores e técnicos a optarem pela chamada aplicação zero, que consiste em antecipar para algo próximo a 30 dias pós-emergência das plantas, antes que o fungo infecte uma área mais ampla, dificultando o manejo.
O mais recomendado pelos técnicos é que, após a aplicação zero, a primeira aplicação dentro do manejo convencional seja num intervalo médio de 9 dias (PLACIDO, 2021). Obedecendo esse prazo, garante-se que a primeira aplicação ocorra antes do fechamento de linha, aproximadamente 40 dias após a emergência das plantas.
Embora haja aplicações complementares, a aplicação zero e a primeira aplicação são as mais importantes do manejo convencional, pois ocorrem anteriormente a ciclos fenológicos essenciais (fechamento e florescimento). Tal estratégia otimiza a ação dos produtos aplicados.
Outro ponto importante a ser observado na seleção dos defensivos (sejam herbicidas ou fungicidas) é a resistência às bases utilizadas.
Antes de escolher qual o produto será aplicado, recomenda-se PRIMORDIALMENTE a análise dos relatórios ATUALIZADOS emitidos pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) quanto à eficiência dos produtos.
É ideal considerarmos ainda o período residual do defensivo selecionado, para não interferir negativamente na colheita.
Ficar de olho nas tendências do uso de defensivos para a cultura é sempre uma orientação assertiva, no entanto, nada é mais recomendado do que buscar a orientação ESPECÍFICA de um técnico capacitado.